O uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra ou pagamento de parcelas da casa própria vem crescendo no país. De janeiro a agosto deste ano, 409.262 sacaram dinheiro do Fundo para a casa própria, totalizando R$ 3,33 bilhões. No ano passado, foram 369.283 saques e R$ 2,93 bilhões. O crescimento acumulado foi de 13%.
O índice reflete o aquecimento que o mercado imobiliário tem tido no ano, impulsionado por maiores facilidades no crédito habitacional e aumento da oferta de imóveis para a classe média.
- O mercado imobiliário está em um ótimo momento. Na verdade, ele está crescente desde 2004, não só com o aumento constante da aplicação do FGTS, mas também com as empresas de construção imobiliária mais fortes e dispostas a investir - afirma João Carlos Robusti, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-SP).
Segundo Robusti, mais pessoas estão tendo acesso à casa própria porque as empresas começaram a investir para atender o público, que é responsável por mais de 90% do déficit habitacional brasileiro: as famílias com renda de até cinco salários-mínimos (R$ 1.900).
Como sacar o FGTS Existem 25 hipóteses que permitem o saque do dinheiro do FGTS. Mas, dos R$ 26 bilhões retirados do Fundo do começo do ano até o fim de agosto, R$ 15,7 bilhões foram em razão de demissões sem justa causa. Em segundo lugar está o saque por aposentadoria, com R$ 4,8 bilhões. A aquisição da casa própria aparece em terceiro, com R$ 3,33 bilhões, seguida por retirada de conta inativa por mais de três anos (R$ 428,7 milhões) e retirada em virtude de doença grave (R$ 218,26 milhões).
Nos próximos 15 dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decide se aprova ou não mais uma possibilidade de saque do FGTS: para o pagamento do financiamento estudantil, feito através do programa Fies.
As grandes cidades brasileiras vivem um momento de expansão do mercado imobiliário. Confira as tendências em seis capitais
Nos últimos dois anos, os preços dos imóveis residenciais e comerciais subiram de 20% a 30%, em média, nos melhores bairros das principais metrópoles brasileiras, de acordo com pesquisa do Sistema Cofeci-Creci, os conselhos regional e federal de corretores de imóveis. "A enxurrada de financiamentos bancários, iniciada em 2005, está aquecendo o mercado em todas as capitais. Os preços ficaram anos represados e agora sobem rapidamente", diz João Teodoro, presidente do Cofeci. "Mas a valorização é diferente em cada cidade porque depende do estoque de imóveis e da disponibilidade de áreas livres nos bairros mais bem avaliados." Quando há o esgotamento dos terrenos em regiões já consideradas nobres, o investimento costuma correr para áreas com potencial de verticalização em bairros com localização privilegiada ou para loteamentos em partes da cidade ainda pouco exploradas. Confira a seguir os bairros de classe média e classe média alta com maior chance de valorização em seis capitais brasileiras. Rio de Janeiro Expansão para o oeste O bairro mais caro do Brasil é Ipanema, onde o metro quadrado custa, em média, 20 000 reais, segundo levantamento do Cofeci-Creci. Os preços são elevados porque a demanda por um apartamento no bairro é altíssima e quase não há mais terrenos para incorporação. O mesmo vale para o Leblon, onde o metro quadrado custa 18 000 reais. Dificilmente os preços cairão nesses bairros, mas poucos acreditam que ainda haja espaço para uma alta acentuada num futuro próximo -- os valores já estão num patamar muito elevado. A perspectiva maior de aumento nos preços de imóveis residenciais e comerciais está na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste. "A Barra da Tijuca tem terrenos muito grandes, de até 100 000 metros quadrados. Não vai ser na nossa vida que ela será toda ocupada", diz Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel, a maior imobiliária do Rio. São Paulo Altas nas regiões leste e oeste da cidade A escassez de terrenos e a grande procura por apartamentos garantem a Higienópolis, na região central da capital paulista, a liderança no ranking do metro quadrado residencial mais caro entre os lançamentos na cidade: 7 700 reais, segundo pesquisa da Embraesp, empresa especializada na análise do mercado imobiliário em São Paulo. Em certa medida, Higienópolis está numa situação parecida com a de Ipanema, no Rio de Janeiro. Os preços já subiram muito e poucos crêem que irão apontar para cima no curto prazo. Para o Cofeci-Creci, o maior potencial de valorização dos imóveis residenciais está nos bairros do Tatuapé, na zona leste, e do Morumbi, na região oeste. "No segmento comercial, deve aumentar bastante o metro quadrado na Marginal Pinheiros, em direção ao Ceagesp, e no Parque Thomas Edson, na Barra Funda", diz Luiz Paulo Pompéia, presidente da Embraesp.
Curitiba Novas empresas pressionam os preços Os imóveis residenciais mais caros de Curitiba estão nos bairros de Batel, onde o metro quadrado custa, em média, 2 200 reais, e Ecoville, 2 000 reais. Essas áreas, no entanto, tiveram valorização de apenas 2% desde o ano passado. O bairro que mais se valorizou nos últimos 12 meses e que tem o maior potencial nos próximos anos é Água Verde, que conta com ótima infra-estrutura de serviços e um grande número de praças. O metro quadrado para apartamentos de quatro quartos ali custa, em média, 1 600 reais, 23% mais do que um ano atrás. "A boa topografia e a grande disponibilidade de terrenos impulsionam sua expansão", diz Alfredo Canezim, presidente do Creci local. No segmento comercial, a demanda está aquecida porque novas empresas se instalaram na cidade e houve poucos investimentos em escritórios na última década. O consultor Eduardo Schulman, da Top Imóveis, aponta duas áreas promissoras nesse segmento: o Tecno Park, um empreendimento em fase final de projeto para abrigar empresas de tecnologia, e o trecho da BR-116 que corta Curitiba e está sendo reurbanizado. Belo Horizonte Via expressa amplia o cenáro O elevado padrão das construções e a ampla infra-estrutura de serviços colocam os bairros de Belvedere, Lourdes e Funcionários no topo do ranking do metro quadrado mais caro de Belo Horizonte. São também os que mais se valorizaram nos últimos 12 meses, segundo levantamento do Cofeci-Creci. Entre agosto de 2006 e julho de 2007, o valor do metro quadrado subiu de 3 500 para 5 000 reais. Apesar da alta recente, ainda há espaço para valorização. "Muita gente sonha em morar nesse bairro. É o que tem a maior quantidade de edificações novas e ainda conta com áreas para incorporação", diz Caio Mário Campos Ferreira, da Imobiliária Cidade e Campo e um dos diretores do Creci-MG. "Em Lourdes e Funcionários, o padrão também é para classe A, mas os terrenos disponíveis ali são poucos." Para os investidores, as obras viárias da Linha Verde abrem um novo horizonte. Com 35 quilômetros, essa via expressa ligará a capital ao aeroporto Tancredo Neves, em Confins, e facilitará o acesso aos bairros do entorno e aos municípios do norte da região metropolitana. É nesse novo cenário que aparecem os bairros de Pampulha e Venda Nova entre os de maior potencial.
Salvador Aposta na orla norte da capital A área que mais se valorizou nos últimos anos na capital baiana fica perto do centro histórico. É a região à beira-mar conhecida como Vitória, que se estende do Largo do Campo Grande ao Largo da Vitória. É a mais cara do estado da Bahia. Um ano atrás, um apartamento de quatro quartos era vendido ali por 4 500 reais o metro quadrado. Hoje, vale 7 000 reais, uma alta de 55%. A valorização se explica por ser uma região turística, pela excelente infra-estrutura e pela escassez de terrenos. Como os preços em Vitória já tiveram grande alta, os investidores têm direcionado suas apostas para a orla norte da cidade, que inclui os bairros de Pituba, Patamares e Horto Florestal. As regiões com maior potencial de valorização se estendem entre a Avenida Paralela e o litoral. Ali, são erguidos condomínios residenciais e edifícios de alto padrão com vista para o mar. O metro quadrado varia de 2 700 a 5 000 reais. "Essa região é a que tem maior potencial de crescimento na cidade, tanto no segmento residencial como no comercial", afirma Tomás Salles, diretor da Lopes Consultoria, que abriu recentemente um escritório na cidade.
Manaus Nas proximidades do rio Negro A vista do leito do rio Negro, um dos cartões-postais de Manaus, é moeda forte para a valorização dos imóveis da cidade. Foi a proximidade do rio e a densa arborização que tornaram o bairro de Ponta Negra o mais nobre da capital do Amazonas. No período de um ano, de agosto de 2006 a julho de 2007, o metro quadrado subiu de 20% a 40% e hoje varia de 2 000 a 4 000 reais, segundo levantamento do Cofeci-Creci. No curto e no médio prazo, Ponta Negra deve continuar sendo uma das áreas de maior potencial de valorização. Com o aquecimento da economia e os novos investimentos na Zona Franca, a demanda por imóveis de médio e de alto padrão cresceu bastante para compra e locação. Em função desse movimento, Adrianópolis, o bairro nobre mais tradicional de Manaus, também apresenta boas perspectivas. Ali, o metro quadrado custa de 3 000 a 3 500 reais. No segmento comercial, a pesquisa do Cofeci-Creci indica a região da avenida Djalma Batista, eixo principal de Manaus, como a área com maior potencial de valorização. Atualmente, o metro quadrado de loja ou ponto comercial nesse entorno custa, em média, 1 000 reais.
O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) anunciou hoje o aumento do uso do recurso para financiamento de residências, que passam ao valor de até R$ 350 mil para trabalhadores com contas no fundo há mais de três anos - antes o limite era de R$ 130 mil. O FGTS também acabou com o limite de renda para financiamento.
Os beneficiados com renda superior a R$ 4,9 mil, que atualmente não têm acesso a financiamentos imobiliários com dinheiro do FGTS, poderão, a partir de janeiro 2008, recorrer ao fundo para compra de imóveis. A taxa de juros será de 8,66% ao ano e prazo de pagamento em até 360 meses (30 anos).
A proposta facilita a obtenção de empréstimos para compra de imóvel para um público de classe média que até então não podia utilizar o FGTS. Estão previstos para o ano que vem R$ 1 bilhão para esses financiamentos.
A cidade de Salvador, na Bahia, vai sediar entre os dias 21 e 23 de novembro o 5º Congresso Nacional de Ciências Imobiliárias (5º CONCIM). Organizado pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), terá como tema central, neste ano, “O impacto do Aquecimento Global e do Crescimento Econômico no Mercado Imobiliário”.
Durante os três dias do Congresso, que vai ser realizado no Centro de Convenções do Fiesta Bahia Hotel, profissionais do setor imobiliário, Mestres, Doutores e Jornalistas estarão abordando temas sobre o desenvolvimento do país, o crescimento do mercado a competitividade do mundo moderno e o impacto que isso causa nos dias de hoje para o mercado imobiliário.
Estes fatores exigem uma atualização constante do profissional do mercado imobiliário. Desta forma, a realização do 5º CONCIM é uma oportunidade para os Corretores de Imóveis qualificarem-se ainda mais, valorizando a profissão e enriquecendo o relacionamento com a sociedade em seus aspectos econômicos, sociais e culturais.
Durante o Congresso vão acontecer simultaneamente oficinas com os temas: aquecimento global, locação de condomínios, marketing imobiliário, direito imobiliário, avaliações imobiliárias e planta de valores e empreendedorismo e novos negócios imobiliários.
Os temas que serão abordados no Congresso contribuirão também para mostrar a importância dos cursos superiores de Gestão Imobiliária e de Ciências Imobiliárias, constituindo-se em uma forte ligação entre a universidade, o mercado de trabalho e o empresarial.
As inscrições podem ser feitas a partir do site www.creciba.org.br que apresenta toda a programação do Congresso. Informações Gerais Data: 21 a 23 de novembro Local: Centro de Convenções do Fiesta Bahia Hotel Endereço: Av. ACM, 711, Itaigara (em frente ao Shopping Itaigara)
De acordo com o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, a decisão do Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de criar uma linha de financiamento habitacional para trabalhadores com renda familiar superior a R$ 4,9 mil definirá novo parâmetro de juros para o setor.
Conforme divulgou a Agência Brasil, a nova linha terá taxa de juros de 8,66% ao ano mais TR (Taxa Referencial), menor do que as cobradas pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que chegam a 12%.
"Os agentes privados vão ter de olhar para os juros do FGTS para conseguir competir", argumentou Simão.
Mercado aquecido Para o presidente da CBIC, a nova linha de financiamento aquecerá o mercado da construção civil. No ano passado, o crescimento foi de 3% e a expectativa é que este percentual seja superado este ano e atinja cerca de 5%.
Ainda na opinião do especialista, os recursos do FGTS para moradia popular não serão reduzidos. "Está sobrando dinheiro no fundo e todo mundo querendo sacar para usar em infra-estrutura, em outros fins", destacou.
Com a nova linha do FGTS, poderão ser financiados imóveis avaliados em até R$ 350 mil e o empréstimo poderá ser de, no máximo, R$ 245 mil, seguindo as mesmas regras do SFH. A regra valerá a partir de janeiro de 2008 e o prazo máximo de pagamento é de 30 anos.